Sem verbas para pagar as passagens dos times masculino e feminino, atletas buscam parceiros por conta própria e podem dividir passagens no cartão de crédito pessoal
A crise na Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) só aumenta. Em abril, a entidade perdeu o patrocínio do Banco do Brasil no valor de R$ 15,5 milhões entre 2016 e 2018 e agora, pouco mais de dois meses depois, pode ver as seleções brasileiras masculinas e femininas fora do Mundial de Beach Handball em Kazan, na Rússia. A informação foi publicada pela coluna de Lauro Jardim, em O Globo, e confirmada pelo site. O torneio começa no dia 24 deste mês e até o momento a modalidade, que não terá apoio financeiro da CBHb, não conseguiu as 27 passagens para atletas e comissão técnica, orçadas em cerca de R$ 190 mil. No ano passado, os times do país viveram problema parecido para os Jogos Mundiais, na Polônia. Fizeram vaquinhas, conseguiram viajar e conquistaram o título. Caso o Brasil não dispute a competição, a CBHb pode ser multada e as seleções podem ser suspensas de futuras competições.
Sem conseguiu apoio financeiro da CBHb para a viagem, os atletas do handebol de areia e a entidade entraram em contato com o Comitê Olímpico do Brasil. O COB mostrou-se solidário, mas lembrou que não poderia auxiliar por ser impedido de investir em modalidades que não fazem parte do programa olímpico. Porém, lembrou que auxiliou o esporte com recursos extraordinários no valor de R$ 1.295 milhão para o pagamento das equipes técnicas masculinas e femininas e mais R$ 300 mil para o envio dos dois naipes para os Jogos Sul-Americanos. Por fim, ainda aprovou outro recurso extraordinário de R$ 493 mil para que a seleção feminina júnior jogasse o Mundial.
Com o prazo pequeno – os atletas precisam embarcar no dia 20 de julho – as comissões técnicas e jogadores buscam parcerias com empresas. Neste momento, uma passagem para Kazan, na Rússia, sai entre R$ 6,5 mil e R$ 7 mil. São necessárias 27 passagens, em orçamento próximo de R$ 190 mil. Em ato de necessidade, a CBHb e atletas entraram em contato com a Federação Internacional de Handebol (IHF) e conseguiram hospedagem e alimentação bancadas pela entidade.
Em abril deste ano, além da perda do patrocínio do Banco do Brasil, a Justiça Federal ordenou que Manoel Luiz de Oliveira fosse afastado do cargo por uso indevido de verbas que chegam a R$ 21 milhões em convênios com o Ministério do Esporte. Neste momento, Ricardo Luiz de Souza é o presidente em exercício da CBHb e foi quem assinou o ofício pedindo auxílio ao COB.