A diplopia, também chamada de visão dupla, acontece quando os olhos não estão alinhados corretamente, transmitindo para o cérebro imagens do mesmo objeto, mas de ângulos diferentes. As pessoas com diplopia não conseguem fundir as imagens de ambos os olhos numa única imagem, criando a sensação de que se está enxergando dois objetos ao invés de um só.
A aposentadoria do jogador foi antecipada por causa deste problema de visão que o incomoda desde 2020: a diplopia, no caso de Fred, ela é monocular, afetando o olho esquerdo.
Os tipos mais comuns de diplopia são:
- Diplopia monocular, em que a visão dupla surge apenas em um olho, sendo percebida apenas quando um olho está aberto;
- Diplopia binocular, em que a visão dupla acontece nos dois olhos e desaparece fechando qualquer um dos olhos;
- Diplopia horizontal, quando a imagem aparece duplicada para os lados;
- Diplopia vertical, quando a imagem encontra-se replicada para cima ou para baixo.
A visão dupla tem cura e a pessoa pode voltar a enxergar normalmente e de forma focada, no entanto o tratamento para alcançar a cura varia de acordo com a causa e, por isso, é importante que o oftalmologista seja consultado para que seja feita uma avaliação e o tratamento adequado possa ser iniciado.
Principais causas de diplopia
- Estrabismo – É a causa mais comum. Acontece quando o adulto passa a ter estrabismo, distúrbio que faz com que os olhos não olhem para a mesma direção ao mesmo tempo. A diplopia não costuma atingir crianças. Isso acontece porque o cérebro da criança com estrabismo se adapta e aprende a eliminar a visão dupla – o que também é um problema, já que pode causar a ambliopia, chamada de “olho preguiçoso”, levando a uma baixa visão. Já no adulto, com a visão já formada, o cérebro não tem a capacidade de corrigir a diplopia.
- Trauma na cabeça – Pancadas na cabeça, como as que jogadores de futebol dão nos cabeceios na bola e nos choques entre eles, podem afetar um nervo ocular, causando um estrabismo súbito que pode causar uma diplopia. Dependendo do nervo atingido, ela manifesta de formas diferentes.
- Alterações microvasculares causadas por diabetes ou hipertensão arterial – Doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e hipertensão podem causar alterações microvasculares que afetam nervos ópticos e podem levar à diplopia.
- Aneurisma cerebral – Caso grave, que precisa de hospitalização imediata. Normalmente, a diplopia é acompanhada por sintomas como pupilas dilatadas e pálpebra mais caída ou fechada (ptose).
- Câncer na cabeça
- Baixa visão
- Idiopática – Quando não há causa determinada.
Outras causas
Catarata
A diplopia monocular pode ocorrer quando algo distorce a transmissão da luz através do olho até à retina. Uma das causas mais frequentes de diplopia monocular é a turvação do cristalino (catarata). A catarata pode ter diversas causas associadas, sendo que o processo de envelhecimento natural que provoca a turvação do cristalino (catarata senil) é a mais frequente.
Ceratocone
O ceratocone é uma doença degenerativa da córnea. Frequentemente, o ceratocone causa alterações substanciais da visão como diplopia monocular (perceção de duas imagens) ou poliopia monocular (imagens múltiplas), hipovisão (baixa visão) e fotofobia, entre outros sintomas.
Astigmatismo
O astigmatismo é um erro refrativo que provoca alterações na visão (a imagem na retina surge desfocada). O astigmatismo está, muitas vezes, associado à miopia e à hipermetropia. O astigmatismo é um dos problemas de visão mais frequentes. Para além da visão turva ao perto e ao longe, dor de cabeça, entre outros possíveis sintomas, pode ocorrer diplopia ou poliopia que estão normalmente relacionados com alterações na córnea.
Exoftalmia ou proptose
Na exoftalmia ou proptose ocular todo o globo ocular está mais “saído” do que é habitual ou em termos técnicos ocorre a protrusão do globo ocular. Uma das principais causas é a doença ocular da tiróide, conhecida como doença de Graves. (doença autoimune que provoca a hiperatividade da tiróide ou hipertiroidismo), existindo contudo diversas outras causas para o problema.
Dependendo da causa subjacente, podem ocorrer diversos sinais e sintomas como diplopia, olhos vermelhos e lacrimejantes, inflamação e dor nos olhos, ardor ou “comichão nos olhos”, olho seco, retração das pálpebras, perda de visão, em último caso o doente pode cegar.
Como é feito o tratamento
Em alguns casos, a diplopia pode desaparecer sozinha, sem que seja necessário realizar tratamento. No entanto, no caso de ser persistente ou surgirem outros sintomas como dor de cabeça, náuseas e vômitos, é importante consultar o oftalmologista para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento.
O tratamento para diplopia consiste em tratar a causa da visão dupla, podendo ser indicada a realização de exercícios para os olhos, uso de óculos, lentes ou cirurgia para corrigir problemas de visão.