Prevenir e tratar o câncer de mama fazendo atividade física

Realizar exercícios físicos no cotidiano é um dos métodos mais conhecidos e eficazes para manter seu corpo saudável. Durante o Outubro Rosa, mês da conscientização e prevenção contra o câncer de mama, é importante relembrar os benefícios que uma rotina assim pode trazer. Vários estudos comprovam que manter-se ativo fisicamente pode tanto prevenir a doença quanto ajudar no tratamento.

As pesquisas com  mulheres no Canadá chegou a conclusão que as mulheres que praticavam alguma atividade física regularmente apresentavam um risco 25% menor de desenvolver o câncer.

 São vários os motivos que explicam essa relação. De acordo com a a Sociedade Brasileira de Mastologia, a produção de estrogênio pelo tecido adiposo é um deles: quanto mais gordura o corpo possui, mais desse hormônio será produzido. As células cancerígenas utilizam a substância como um combustível, já que ela atua nas células mamárias.

Outro hormônio que aparece em algumas pesquisas relacionadas à prevenção do câncer de mama é a insulina, responsável por induzir a multiplicação de células. Por conta disso, uma vez que o câncer se inicia, ter altos níveis de insulina no sangue torna-se perigoso, e se exercitar pode diminuir a quantidade dessa substância que circula pelo corpo.

Mesmo depois do diagnóstico, a prática de atividades físicas é benéfica. Sabendo que durante o tratamento o ganho de peso do paciente é comum, um levantamento da Universidade da Carolina do Norte concluiu que isso eleva as taxas de mortalidade pelo câncer de mama. Depois da menopausa, os efeitos positivos são ainda mais claros, como apontam estudos feitos em Harvard e na França.

A importância dos exercícios em mulheres com câncer

Uma mulher já diagnosticada com câncer de mama também leva vantagem ao se movimentar regularmente. “Os exercícios eliminam o excesso de lipídios que circulam no sangue. Aí, essas moléculas não são tão aproveitadas pelo tumor como substrato para seu desenvolvimento”, descreve Merussi Neiva. “A atividade física ainda reduz a formação de vasos ao redor do câncer, que servem para abastecê-lo de sangue”, completa Christina. Em outras palavras, é como se corridas e pedaladas auxiliassem a matar o inimigo de fome.

Qual a dose ideal para esse grupo de mulheres? A Sociedade Americana de Câncer estipula as mesmas metas que mencionamos anteriormente. Já aquela revisão polonesa também citada destaca que, segundo os estudos avaliados, as pacientes que puseram o próprio corpo para se mexer – em intensidade ao menos moderada – de três a cinco horas por semana eram as com maiores taxas de sobrevivência. Entretanto, antes de correr em busca desses objetivos, quem enfrenta a doença precisa tomar precauções específicas para não ameaçar a sua recuperação. “É absolutamente necessário se submeter a uma avaliação completa com o objetivo de identificar eventuais restrições de movimento ou uma anemia, por exemplo”, observa Sousa Cruz.

Mas que fique claro: não é proibido calçar o tênis e dar suas passadas por aí durante o tratamento. Os exercícios atenuam o cansaço e as náuseas, efeitos colaterais decorrentes da própria terapia. Além disso, tirar o corpo do marasmo promove mais autonomia à paciente, melhora seu bem-estar e ainda ajuda a paciente a relaxar e dormir com mais facilidade.

IOGA

Na americana Universidade do Estado de Ohio, mulheres com câncer de mama realizaram essa prática duas vezes por semana. Após três meses, elas apresentaram uma menor concentração de substâncias inflamatórias, que colaboram para o tumor. “Afora ser um exercício físico, a ioga, por incluir a meditação, aplaca o estresse, outro fator que gera inflamações”, explica a autora do experimento, Janice Kiecolt-Glaser.

 Musculação

Verdade que a maioria dos artigos se debruça sobre o potencial das atividades aeróbicas, como caminhada e corrida, contra o tumor de mama. No entanto, levantar peso cerca de duas vezes por semana também deveria integrar o protocolo de treinamento das mulheres acometidas pela doença. “O exercício resistido diminui o linfedema, um inchaço que às vezes aparece nos braços delas”, exemplifica Merussi Nei

 

fonte: sude.abril.com.br

Carlos Antero

Educador Físico

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