“Não tem que ter a cara do Tite, tem que ter a cara do Brasil.
Hoje a tarde(20/6) na sede da CBF, foi realizada a primeira entrevista coletiva de Tite como novo técnico da seleção. Veja as perguntas e respostas do novo comandante.
A minha atividade e o convite que me foi feito, foi para ser técnico da seleção de futebol. É a melhor maneira que eu tenho pra contribuir, com transparência, democratização, excelência, é a forma que eu penso o futebol. Todo o meu trabalho, o meu legado pode falar”, diz Tite perguntado sobre relação com a CBF.
Tite explica por que aceitou o convite da CBF: “Entendi que deveria aceitar, talvez por minha carreira, estar técnico da seleção brasileira é um objetivo pessoal de uma carreira construída. É um momento importante, talvez meu melhor momento profissional. Seleção brasileira é diferente dos clubes. Trabalhamos muito para poder chegar a esse momento”.
Tite abriu as portas para atletas preteridos por Dunga, como Marcelo e Jefferson. “Eu começo a pensar, mas coloco como ideia. Situações passadas, uma borracha apagada. A partir desse momento, a relação passa a ser comigo”
Questionado se a seleção assumiria seu perfil de jogo, Tite descordou: “Não tem que ter a cara do Tite, tem que ter a cara do Brasil. Tem que ter a cara da qualidade técnica dos atletas. Não é a minha cara, é a cara nossa, da característica dos atletas. Em princípio, tem muita transição, tem muita rapidez com a base da seleção. Então tem que ajustar, potencializar. Essa é a minha função”.Leia Mais
Tite diz que a falta de treinos com a seleção implicará seu método de trabalho. “A minha reciclagem passa por acompanhar um treinamento, conversar com o técnico e depois acompanhar o jogo. Porque vou ter uma dimensão daquilo que o atleta tem e eu vou conseguir utilizar dentro de campo. Porque não vou ter tempo de treinamento, esse é o desafio que eu vou ter”.
Tite sobre a faixa de capitão: “Todos têm responsabilidade em cima da performance do grupo. Essa é a grande marca de uma equipe de futebol. Essa mudança de capitania te traz isso. Porque existem diversos perfis de liderança: a técnica, comportamental, a que consegue externar publicamente suas ideias. Eu procuro, sim, fomentar esse tipo de relação em quanto grupo. Porque ganha um, ganham todos. Alegria de um é a alegria de todos. Nós precisamos ter senso de equipe. Seja ele no clube, seja ele em seleção”.
Na opinião de Tite, o Brasil vai além de Neymar: “Tem grandes atletas, jogadores de qualidade técnica individual e potencial de crescimento. O técnico da seleção brasileira também evolui, o atleta também vai ter essa capacidade de evolução, crescimento. É assim a vida, é assim que vai acontecer com essa geração. Eles têm um potencial de crescimento muito grande, tal qual todos nós tivemos”.
Tite: “Fico feliz pela construção da minha carreira. O lado da vaidade, da ostentação, já passou pra mim, já tive esse erro. Tenho hábitos simples, gosto de ficar com a minha esposa nos momentos que não estão ligados ao futebol. Sou um cara simples, de hábitos simples. Não vou mudar meus hábitos?.
Para Tite, o Brasil corre risco de ficar fora da Copa pela 1ª vez: “O foco é a classificação no Mundial e não estamos em uma zona de classificação. Vamos trabalhar em cima disso. Mas claro que corre o risco (de ficar fora). Se tu não aceitar, você vai estar lutando contra a realidade. Estou aqui porque infelizmente o resultado não veio. É um fato real. Mas há toda uma qualidade para que a gente cresça e busca essa situação. É assim nas equipes e também vejo assim em seleções”.
Questionado sobre a presença de uma suposta “escola gaúcha” na seleção brasileira, Tite constestou. “Não acredito em escola gaúcha de técnicos. Acredito em uma escola brasileira. Duas vertentes muito separadas. Uma que premia a organização e a posse de bola e a outra de contato físico e da bola longa. Genericamente é assim. Existem técnicos gaúchos das duas escolas. Não de um jeito só. Se fosse pra citar uma escola, seria a do Telê, ou do Ênio de Andrade.”
fonte:uol