O rúgbi é um esporte em equipe, que tem como objetivo chegar com a bola ao final do campo adversário. Pelos relatos mais reconhecidos, ele foi criado no início do século XIX na Inglaterra, regulamentado no meio e chegou ao Brasil no final do mesmo século. Pouco difundido por longo período, atualmente estamos cada vez mais ouvindo falar dele e acompanhando as partidas e campeonatos, inclusive nos Jogos Olímpicos.
É um esporte de grande contato. O objetivo do time que não está com a bola é impedir que os jogadores cheguem ao final de seu campo. Para isso, é necessário força física, velocidade e técnica para bloquear a movimentação do adversário, realizando o movimento de ‘tackle’, que é quando o jogador se projeta em direção à cintura ou pernas do outro, a fim de pará-lo, muitas vezes o derrubando e caindo junto.
O que dá para pensar com isso? Que o esporte é muito violento? Mas não é bem assim. Como eu disse, para que ocorra a interrupção do movimento do adversário é preciso de muita técnica e não somente a força bruta. Tanto que uma pessoa mais magra, não muito forte e com pouco peso é muito bem aceita para aprender e praticar o rúgbi. Além da técnica, outra característica extremamente necessária no esporte é o respeito mútuo: dificilmente vamos ver um atleta “entrando na maldade” no outro, devido à cultura do esporte que prega bastante o respeito e a consciência, pois se alguém “entrar na maldade”, a pessoa que foi interrompida pode sofrer lesões bastante sérias.
Lesões mais comuns
- Concussão
- Luxação de ombro
- Fraturas de clavícula
- Entorses de tornozelo
- Entorse de joelho
- Lesões cervicais
Falando em lesões, o que mais encontramos no esporte: a maioria é de caráter contusional. Devido à alta energia que é necessária na modalidade, muitas vezes as interrupções são feitas em altas velocidades e aí podem ocorrer as contusões. Vale ressaltar que quanto melhor o nível dos atletas, menos contusões acontecem, devido a técnica correta do tackle, que basicamente busca parar o adversário; mas quando os dois estão indo para o chão, a técnica pede que o jogador proteja o outro, de forma a evitar lesões. Um iniciante na modalidade muitas vezes não desenvolveu ainda o manejo correto da situação, o que pode ser um fator complicador. Mas é algo que, quando se treina, fica muito eficaz e pouco lesivo.
foto: PAULO CUNHA/LUSA
A contusão mais importante, mais preocupante e muitas vezes negligenciada é a concussão, uma pancada forte na cabeça, que tem força suficiente para que o cérebro se choque contra a parede interna do crânio, podendo gerar lesões no próprio cérebro e, em casos extremos, levar a óbito.
Uma peculiaridade é relacionada ao ‘scrun’, quando os atletas se agrupam para disputar a posse de bola. É um momento mais estático e que requer muita força, além da boa técnica. Uma vez que a técnica não seja executada com exatidão, podem ocorrer lesões cervicais, não sendo tão incomuns. Como os jogadores se agrupam, se abraçam e a força acaba indo para os ombros, em algum momento pode gerar uma alavanca ou uma pressão muito forte no pescoço, que acaba se machucando. Geralmente não são lesões tão graves, mas é algo a se atentar.
O rúgbi é um esporte diferenciado. A cultura da modalidade é de inclusão e muito respeito, raramente vamos ver uma briga no campo ou um atleta xingando o juiz, como acontece muito no esporte mais difundido no Brasil, o futebol. Porém, por mais que o rúgbi esteja cada vez mais popular, ele ainda recebe o mínimo de recursos e patrocínios, como acontece vários outros esportes no Brasil.
texto: Rafael Treitero Cônsolo