Alagoano, natural de Maceió, um cara simples, atualmente com 45 anos, formado em Educação Física, mestre em Educação Física e Cultura, graduado em Direito e pós graduando em Direito Desportivo, ex-professor universitário, servidor/gestor público , empresário e um amante incondicional pelo esporte e em especial pelo handebol.O que o levou a buscar este pleito? Nos fale da sua experiência.
O que nos fez buscar este pleito é de sempre buscar novos desafios, pois a vida é feita de desafios e barreiras para que possamos supera-los e ver o handebol a cada dia, a cada ano crescer no Brasil. Nossa experiência iniciou com a pratica do handebol como atleta. Ainda como atleta fui diretor de divulgação e árbitro da federação alagoana, depois vice presidente e atualmente presidente da FAHd. Fui diretor técnico da FADU, o que nos credenciou a ser diretor de handebol da CBDU e atualmente diretor técnico também da CBDU. Como presidente da FAHd pegamos uma federação com muitas dívidas públicas (impostos) e hoje entregamos uma federação limpa, sem dívidas. Criamos as seleções permanentes infantil e cadete masculina e feminina, criamos o Seminário FAHd onde levamos pessoas especialistas nas diversas áreas do esporte para darem palestras e prestamos contas para a sociedade. Criamos o Seminário Handebol do Futuro onde capacitamos os acadêmicos e professores de educação física para o trabalho com o handebol e buscamos padronizar o ensino do handebol em Alagoas. Já como dirigente universitário além de participarmos da organização e direção do calendário universitário, como por exemplo os JUBs e a LDU, participamos de 03 mundiais universitários de handebol, onde conquistamos a primeira medalha em campeonatos mundiais adulto com a seleção masculina, a medalha de bronze em 2012/Blumenau, onde também fomos o presidente do comitê organizador; participamos de 04 Universiades (a olimpíada mundial universitária), sendo chefe de delegação na Universiade de inverno na Turquia. Ainda tivemos participação em três mundiais universitários realizados no Brasil com participação no comitê organizador: Volei de praia (vice presidente), triathlon e Rugby (diretor financeiro). Desta forma acreditamos que temos uma boa experiência na gestão do esporte e na vida acadêmica, para colocá-la a serviço do handebol nacional.
Como ocorre o processo eleitoral no handebol?
Como em todas as entidades desportivas dirigentes, os presidentes de federações estaduais votam na assembleia geral, porém a CBHb implementou no seu estatuto (que é um dos mais modernos do país) o colégio eleitoral, que além das federações é composto por três comissões: atletas, árbitros e clubes, fazendo com que todos os envolvidos na modalidade possam tomar parte nas eleições.
Quem é sua chapa?
Nossa chapa é a chapa da situação, intitulada de HandBrasil: novos desafios. É assim formada: Presidente Manoel Luiz Oliveira (SE), primeiro vice presidente Ricardo Souza (AL) e segundo vice Jefferson Oliveira (AM).
O senhor compõe a chapa da situação, encabeçada pelo atual presidente, e muito se fala no tempo em que ele está à frente da CBHb, e o senhor defende mudanças, como o senhor analisa esta questão?
Isso, estamos na chapa de situação, pois acreditamos que existe a necessidade de um processo de transição entre a gestão atual e as próximas gestões que virão. É inegável o tempo em que o professor Manoel Luiz está à frente da CBHb, porém este tempo é importante para que ele com sua experiência e também conhecimento e prestígio internacional, possa realizar uma transição neste momento em que o país passa por dificuldades financeiras em todos os setores da sociedade. Sim defendemos mudanças, porém mudar não significa literalmente retirar uma pessoa e colocar outra, mudança vem desde a mudança de atitude como a busca por cooperação, democracia e inovações. Acreditamos que o processo de transição seja fundamental neste cenário em que o país se encontra, não mudando simplesmente pessoas, mais mudando atitudes. Temos exemplos de que a mudança de pessoas não foi salutar para o esporte e exemplo de permanecia que é salutar para o esporte. No basquete ex-atletas, atletas e dirigentes exigiram a saída do presidente Grego e apoiaram a candidatura do Carlos Nunes, onde após isto o basquete brasileiro encontra-se amargando eliminações em competições internacionais, mesmo no masculino tendo atletas da NBA, e atualmente a suspensão do Brasil em todos os níveis de competições internacionais. O exemplo de que mudança não passa apenas por trocas, temos o vitorioso voleibol nacional que até hoje é comandando pelo grupo do ex-presidente Carlos Arthur Nuzman, passou por turbulências com atletas em várias épocas, porém adequaram a gestão e continuam a ser vitoriosos, sendo exemplo de gestão esportiva no Brasil.
Quais as propostas da chapa?
Nossas propostas perpassam por todas as áreas que fazem parte da gestão de uma entidade: financeira, administrativa, técnica, tecnológica, ciência, infraestrutura e de pessoas. Porém pontualmente podemos citar a criação da Academia Brasileira do Handebol, onde iremos capacitar e qualificar o maior bem e legado do handebol brasileiro: as pessoas (presidentes, técnicos, preparadores físicos, árbitros, administradores); desenvolvimento de um sistema unificado para a CBHb e todas as federações e clubes; desenvolvimento de um App onde as pessoas poderão acompanhar os eventos da CBHb; manter os atuais e buscar novos patrocinadores e parceiros; promover acampamentos de desenvolvimento em todos os estados da federação; concluir o Centro de Desenvolvimento do Handebol (a casa do handebol); investir em comunicação visual e social; valorizar as competições de base; criar o circuito regional de Beach handebol; valorizar o atleta criando ídolos; criar o museu do handebol e valorizar os ex-atletas; aumentar as horas de transmissões do handebol na TV, fortalecer e valorizar a marca CBHb, entre outras.
Como o senhor analisa o momento atual do handebol brasileiro?
Estamos em um excelente momento técnico, principalmente de todas as nossas seleções, onde alcançaram os melhores resultados de todos os tempos. Estamos num momento de modificação da liga nacional, onde está sendo regionalizada, passando a ser de fato e de direito uma liga verdadeiramente nacional com a participação de todas as regiões do país. No Beach handebol continuamos sendo uma potência mundial. A gestão da CBHb foi modernizada através do seu estatuto utilizando medidas de governança corporativa, que fará em curto e médio prazos a CBHb crescer de forma organizada e transparente. No âmbito das competições nacionais temos problemas, mais que são problemas pontuais que em curto e médio prazo são possíveis de solucionar e aperfeiçoar cada vez mais.
Qual o grande desafio para o futuro do handebol brasileiro?
O grande desafio para o handebol brasileiro passa necessariamente pela eleição, pois o que está em jogo não é apenas a disputa entre as chapas, mas muito mais está uma transição responsável sem colocar em jogo as conquistas alcançadas nos últimos 10 anos, principalmente com nossas seleções e em especial com a feminina. Nossas seleções hoje são respeitadas em todo o mundo e nossos atletas sendo convidados para jogarem no Velho Continente, que é o berço do handebol. Teremos também um enorme desafio em iniciar uma transformação na gestão de todo o handebol nacional, confederação, federações e clubes, pois apenas a CBHb se modernizando, se profissionalizando, continuaremos com a base da pirâmide (federações e clubes) ficando para trás, e isto não promoverá a mudança que todos nós queremos. Isto acontecerá dentro de uma das nossas propostas, a criação da Academia Nacional do Handebol, onde daremos a atenção e valorização dos nossos maiores bens: as pessoas e o conhecimento.
Deixe aqui sua mensagem para todos que fazem o handebol brasileiro.
Quero externar nosso desejo de lutar pelo handebol brasileiro, com muito trabalho, dedicação, diálogo, parceria, e dizer que com certeza em curto, médio e longo prazos faremos uma gestão para todos, com ganhos perceptíveis de uma forma transparente e abrangente. Temos que aprender com o passado, viver o presente e ter visão de futuro, assim nosso handebol crescerá internamente e será potência mundial. Vamos trabalhar juntos pelo nosso amado e belo handebol.