E qual a razão de a bola não ter parado de rolar por lá? O fato é que o presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, defende que o país não precisa tomar grandes medidas para conter o avanço da doença – apesar de já contabilizar cerca de 100 infectados. “Estas coisas passam. O mais importante é não entrar em pânico”, declarou.
Lukashenko (atrás dos microfones) governa o Belarus desde 1994. foto: dw.com/pt-br/
Por isso, nem é só o futebol que continua acontecendo em Belarus normalmente. Estão abertos cinemas, teatros, restaurantes e até as fronteiras do país – apesar de vizinhos como a Rússia e a Ucrânia terem tomado medidas mais drásticas para enfrentar a pandemia, como fechar escolas e cancelar eventos para evitar aglomerações.
Nos últimos dias, o líder do país, Alexander Lukashenko, vem minimizando a pandemia como um “frenesi” e uma “psicose”. Em vez de impor medidas amplas de isolamento, o líder recomendou, sem qualquer base científica, que a população de 9,5 milhões do país empobrecido beba vodca e vá à sauna para combater o coronavírus.
Ele ainda justificou sua atitude citando uma frase atribuída ao revolucionário mexicano Emiliano Zapata (1879-1919): “É melhor morrer de pé do que viver de joelhos.”
O autocrata já havia dito há duas semanas que o trabalho “vai curar todo mundo”. “Vocês têm que simplesmente trabalhar, especialmente nos vilarejos. Os tratores vão curar todo mundo. As plantações vão curar todo mundo”, disse.
Medida preventiva
A única medida preventiva que foi tomada para a realização da liga do pequeno país do leste europeu é o uso de câmeras térmicas que verificam se os espectadores estão com febre na entrada dos estádios. No mais, tudo segue (quase) em sua normalidade.
Na partida que abriu a temporada na última sexta-feira, disputada entre Brest e Energetik para um público de 933 pessoas, os jogadores entraram em campo com uma mensagem nas camisetas que dizia que eles estão jogando e rezando (playing e praying, em inglês) pelo mundo.
fonte: goal.com