As diferenças na incidência de lesões entre homens e mulheres podem ser atribuídas a uma variedade de fatores biológicos, comportamentais e sociais. Aqui estão algumas razões que podem contribuir para as mulheres terem uma maior propensão a certos tipos de lesões:
Diferenças Anatômicas e Fisiológicas: As mulheres tendem a ter estruturas corporais diferentes das dos homens, como uma estrutura óssea mais delicada e menor massa muscular. Isso pode torná-las mais suscetíveis a certos tipos de lesões, como fraturas ósseas e distensões musculares.
Diferenças anatômicas
Por conta da bacia mais larga que a do homem, a mulher tende a forçar o joelho para dentro durante a corrida – a bacia mais larga aumentaria o braço de alavanca sobre os músculos rotadores do quadril, especialmente os glúteos médio e mínimo, predispondo a bursite e tendinites trocantéricas.
Ângulo Q: o ângulo formado pelo osso da coxa e pelo fêmur é maior nas mulheres do que nos homens. Isso aumenta a pressão na articulação do joelho, tornando-as mais suscetíveis a lesões como a síndrome da dor patelofemoral e a condropatia;
Articulações: as articulações das mulheres são geralmente menores e menos rígidas do que as dos homens. Isso as torna mais propensas a instabilidade e lesões;
Ligamentos: os ligamentos, que conectam os ossos, são mais frouxos nas mulheres, o que pode levar a dores na canela, entorses e outras lesões. Na gestação essa laxidão aumenta.
Diferenças hormonais: Flutuações hormonais durante o ciclo menstrual podem afetar a estabilidade articular e a flexibilidade muscular, aumentando o risco de lesões musculoesqueléticas, especialmente nos períodos pré-menstrual e menstrual.
- Estrogênio: o hormônio estrogênio desempenha um papel na flexibilidade do tecido conjuntivo. Os níveis mais altos de estrogênio nas mulheres podem tornar os ligamentos e tendões mais frouxos;
- Progesterona: o hormônio progesterona, que aumenta durante a segunda metade do ciclo menstrual, pode relaxar ainda mais os ligamentos.
Diferenças Neuromusculares: Estudos sugerem que mulheres podem ter padrões neuromusculares diferentes dos homens, o que pode influenciar a forma como elas se movem e como distribuem a carga durante atividades físicas, aumentando o risco de certas lesões.
Participação em Esportes: Embora a participação feminina em esportes tenha aumentado significativamente nas últimas décadas, alguns esportes e atividades físicas ainda têm uma participação predominantemente masculina. Mulheres que participam de esportes de contato ou de alta intensidade podem estar mais expostas a lesões. Em decorrência de menores pescoços e músculos mais frágeis, mulheres possuem mais traumas cranianos durante esportes. O risco da gravidade da concussão cerebral pode aumentar com a idade.
Fatores Psicossociais: Aspectos psicossociais, como diferenças nas atitudes em relação ao risco e na percepção da dor, podem influenciar o comportamento durante atividades físicas e esportivas, afetando indiretamente o risco de lesões.
Fatores Culturais e Sociais: Normas de gênero, expectativas sociais e falta de acesso a oportunidades esportivas e educacionais podem limitar a participação das mulheres em certas atividades físicas e esportivas, afetando sua exposição a lesões.
Fatores psicológicos: estudos sugerem que as mulheres podem ser mais propensas a relatar dor e desconforto, o que pode levar a diagnósticos e tratamentos anteriores.
O que fazer? Fatores de treinamento
- Carga de treinamento: as mulheres geralmente têm menor massa muscular e força óssea do que os homens, tornando-as mais vulneráveis a lesões quando aumentam a carga de treinamento muito rapidamente;
- Tipo de calçado: o uso de calçados inadequados pode exacerbar as diferenças anatômicas das mulheres, contribuindo para lesões.
É importante ressaltar que esses fatores não se aplicam a todas as mulheres ou a todos os homens, e a predisposição a lesões pode variar amplamente de pessoa para pessoa. Além disso, medidas preventivas, como treinamento adequado, fortalecimento muscular, técnicas de aquecimento e resfriamento, podem ajudar a reduzir o risco de lesões em ambos os sexos.